Manutenções lineares em colhedoras de cana e suas vantagens 15.02.2017

Manutenções lineares em colhedoras de cana, além dos benefícios operacionais, existem vantagens financeiras

A proposta do engenheiro Luiz Nitsch, diretor da empresa de consultoria automotiva Sigma. Na metodologia de manutenção linear, durante todo o período de safra, certo número de colhedoras de cana da Usina se encontra paradas aguardando manutenção, onde todos os reparos e procedimentos são realizados durante apenas 20 dias, e não no período de dois meses da entressafra. Esse menor período de tempo de manutenção se dá por conta da maior relação de mecânicos por máquina.

“Em todo esse período, a colhedora é revisada por completo, desde o despontador até o exaustor secundário, com especial atenção àquelas partes que entram em contato direto com a cana e, por consequência, acabam se desgastando mais, como o corte de base, transportadores, picadores, cestos e exaustores.”

Tenha vantagens em fazer manutenções lineares

Tenha vantagens em fazer manutenções lineares

Segundo o engenheiro, são diversos os benefícios para quem adota este método. “Nosso maior erro é que, por muitos anos, deixamos que as colhedoras começassem e parassem de trabalhar todas ao mesmo tempo. Com isso, o final da safra era um sufoco, pois a quebradeira era constante. Com as manutenções lineares, todos os meses, certa quantidade de máquinas recém-revisadas entra em operação, o que aumenta muito a saúde média da frota.”

Outra vantagem citada por Nitsch, é relacionada à maior tranquilidade da oficina durante a entressafra. “Nesse modelo de manutenção, não haverá aquele atropelo de fim de ciclo, quando se tem uma janela curtíssima para dar conta de reparar toda a frota da usina. Isso sem falar da falta de mão de obra interna, que leva a aquisição de serviços terceirizados, e a falta de espaço nos barracões.”

Além dos enormes benefícios operacionais comentados, existem, ainda, vantagens financeiras proporcionadas pelo método abordado. Uma delas é a compra de equipamentos, peças e serviços externos numa época pouco concorrida, já que a demanda aumenta no final do ano e, consequentemente, os preços também. “É a mesma coisa de querer instalar um ar-condicionado nos dias mais quentes do verão. Obviamente que será mais caro. Já a instalação numa época mais fria garantirá melhores condições de pagamento”, salienta Nitsch.

Porém, antes de adotar esse sistema, Nitsch explica que, a usina deverá fazer um investimento na forma da aquisição de 10% de colhedoras adicionais em sua frota, ou seja, caso a usina tenha 50 máquinas em suas frentes, deverá adquirir mais cinco. “Isso ocorre, pois não posso tirar máquinas em processo de colheita para colocá-las em manutenção. O correto é substitui-las.”

O diretor da Sigma Consultoria Automotiva comenta que esse investimento inicial tem levado muitas usinas a não acreditar nos benefícios da manutenção linear, porém, uma vez adotado, Nitsch garante que essas duvidas sumirão rapidamente. “Esse investimento é devolvido em três safras e meia, ou seja, em meia-vida de uma colhedora você paga a aquisição e, no restante, só virão os lucros.”
Fonte: CanaOnline