Produto promete ciclos mais longos e produtivos para os canaviais 18.03.2019
Pensando em manter a produtividade agrícola com vida útil canavial maior, especialistas estão investindo em pesquisas e produtos para que a palavra “crise” suma de uma vez.
Um novo produto, meio químico e meio biológico, promete um canavial mais rentável, vigoroso e produtivo. Lançado no final de 2018 pela Basf em parceria com a Embrapa, a tecnologia se chama Muneo Biokit.
Usada na cultura de soja brasileira, a tecnologia de fixação biológica de nitrogênio por meio de um inoculante bacteriano pode ser usada para a cultura de cana.
O chefe-geral da Embrapa Agrobiologia Gustavo Xavier conta que o Aprinza (nome dado para a solução biológica) é o primeiro inoculante feito especialmente para a cana-de-açúcar, sendo um marco para a empresa que há mais de vinte anos realiza pesquisas sobre FBN (fixação biológica do nitrogênio).
Desde os anos 60 o estudo desse inoculante acontece. A pesquisadora e atualmente responsável pelo estudo Verônica Reis conta que a Embrapa tem uma das maiores coleções de bactérias fixadoras de nitrogênio do mundo.
“Ainda durante a pesquisa, levamos aos canaviais [o Aprinza] para entender como ela funcionava e, quando estávamos avançados nos estudos, a Basf entrou junto conosco, em parceria”, conta Reis.
Eles conseguiram constatar que o grupo de bactérias era capaz de fazer processos biológicos, como pegar o nitrogênio do ar que a planta não assimila. Esses microrganismos contêm uma enzima que quebra a ação tripla e a transforma em amônia, efetivando a assimilação.
A demora do estudo é justificada pelos tipos de testes, feitos em solos com classes diferentes de fertilidade, variedades, modos de aplicar e épocas distintas.
André Luís Mattiello, gerente de Desenvolvimento do Mercado Centro Basf, comenta que o canavial com menos falhas e mais produtividade vai significar um retorno econômico, além da contribuição para o meio ambiente graças ao uso do biológico.
Testado e aprovado
Em testes feitos pela Basf em parceria com universidades do país, foi apontado um aumento de produtividade entre 9 e 18%.
“Quando se tem uma condição climática favorável, preparo de solo de qualidade, muda de qualidade e tudo está bem composto para o desenvolvimento, é mais difícil conseguir mostrar os efeitos na cultura. Em momentos em que tem um clima mais restritivo, fica mais fácil de demonstrar”, conta Mattiello.
A média de incremento de todos os ensaios foi de 11 t/ha. Sendo assim, se o canavial tem, por exemplo, uma produtividade média de 100 t/ha, ela produz 110 t/ha – um ganho de 10%.
Fonte: Revista RPA News